Meu pé de flamboyant
Encantador és sempre
Durante suas fases
Quando está todo verdinho
Resplandece em ti a esperança
E quando perde todas as suas folhas
Estende seus galhos para o alto
Como quem clama para o Deus Criador
Lhes operar maravilhas no viver
E depois chegam os primeiros botões
Que desabrocham beleza em flor
Mas ainda de forma tímida e vagarosos
Nos permitindo lhe observar
Cada pequeno galho que floresce
E aos poucos a árvore
Que há pouco tempo se encontrava despida
Vai se cobrindo de flores e ganhando volume
Até ficar completamente vestida
Com o vermelho macio e fofo aos nossos olhos
Durante essa chegada das flores
Chegam também
Besouros, beija-flores e borboletas
Que passam a lhe visitar todo dia
E aqui em casa no meu pé de flamboyant
Temos bandejas com comidas
E recipientes com água para os pássaros
Então essa magnífica árvore
É visitada o dia todo por dezenas de pássaros
Fato que a deixa ainda mais feliz
Para exibir suas flores
E esse florescer dura vários dias
Nunca contei ao certo
Mas percebo pelo meu olhar diário
E quando a florada vai acabando
A árvore sem se cansar
Logo se cobre com sua folhagem linda
E esplendorosa
Juntamente com suas longas vagens
Onde ficam guardadas as sementes
Que gerarão novas árvores
E nesse processo de eterna transformação
Uma única árvore nos traz encantamentos
Para toda a nossa vida
E eu me sinto orgulhosa
Por ter plantado essa que descrevo
Na calçada lateral da minha casa de esquina
E de muito longe eu posso contemplar
Tamanha e singular beleza
Obrigado Deus por minha árvore!
XXX
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal, 27.04.2021
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 27/04/2021