Fátima Alves-Alma sensível e Poetisa da Caatinga

Poesias e prosas(sentimentos à flor da pele)

Textos


Se eu pudesse morreria mais vezes para sentir a vida...

Nossa! Como é difícil sentir na pele a morte não morrida de quem tem câncer... Nesse período em que estou a vivenciar o câncer em mim já morri tantas vezes que nem me lembro ao certo. Primeiro morreu minha esperança, mas me agarrei a Jesus é ele me deu de volta o que eu nunca tinha perdido.Depois morreu meu status de saudável, mas o mesmo Jesus me mostrou que a doença ainda não era o fim da minha vida, porque diferente de outros médicos que me deram apenas 90 dias de vida, ele botou na minha vida uma médica que fortaleceu minha esperança e até hoje cuida de mim com zelo e amor me dizendo sempre que posso viver mesmo com câncer e me ensinando a conviver com a doença. Também morreu meu corpo perfeito, se é que ele existe... Com o tratamento engordei 11 quilos e perdi todas as minhas roupas.Mas foi bom porque deixei a vaidade e passei a alimentar meu espírito que é templo do Espírito Santo de Deus. Hoje não faço mais dietas rígidas e me alimento de coisas saudáveis. Morreu para mim meus cabelos lisos, pois eles ficaram duros e crespos, porém, agradeço ao nosso Deus por tem me proporcionado um tratamento com a terapia ao alvo, na qual a gente não perde os cabelos, eles apenas mudam a fibra. Nesse tempo morreu para o meu bem a minha depressão, a qual eu sofria há vários anos. E depois dessa morte minha vida ficou bela e completamente colorida.Agora vivo a vida com os olhos de Deus e ela é linda e preciosa... foram tantas mortes em mim... E tantos nascimentos que vivo em estado de êxtase espiritual. E toda hora e instante sinto as mãos de Deus em mim sempre me mostrando o valor que tem a vida.
Depois de tantas mortes e tantas vidas... Eu queria muito poder fazer as pessoas se colocarem na pele de quem tem câncer, mas não posso, pois isto é coisa para Deus fazer. Então, morrendo e ressuscitando todo dia eu aprendi que apenas Deus pode se colocar no lugar do outro nessas horas, para de fato saber o que sentimos quando recebemos o diagnóstico e passamos a conviver com este mal, que mata e destrói tantas vidas. Mas aqui ressalto, que no meu viver ele me trouxe a transformação para que eu aprendesse o real sentido da vida. Eu sempre me senti na pele do outro para escrever os meus poemas, mas agora é diferente, pois consigo me solidarizar com os doentes que encontro no decorrer do tratamento e juntos sentimos todos os sentimentos que povoam a cabeça de qualquer doente... Obrigada meu Deus por mais esse dia de vida... E vida com abundância!
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Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal, 28.12.2020
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 29/12/2020
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