Vivo sentindo e defendendo...
Eu sinto na minha pele e no meu coração
Todos os sofrimentos de quem vive na pobreza
É um sentir que vem das minhas entranhas
Pois tudo me faltou na vida...
Roupas, calçados, comidas, remédios
Mas Deus em sua infinita misericórdia
Nos fez estudar...
E tirou a minha família da miséria
Hoje eu sou uma pessoa refinada
No quesito humanidade...
E pelo povo da Caatinga
Me estimulo a escrever
E defender pela palavra
Essa gente que sofre os preconceitos
O que um dia já sofri...
Saí da Caatinga por necessidade
De ter uma vida melhor
Mas minhas raízes continuam lá
E nunca serão arrancadas
Porque meu coração
Sente amor por essa gente
Desprovida de quase tudo
Até da preciosa água
Eu sou Caatingueira!
E quero que quando eu partir
Minhas cinzas sejam jogadas
Num ponto lindo da Serra de São Miguel
Onde sempre paro quando vou lá
Só para sentir a brisa fresca serrana
Tirar belas fotos, pois tudo lá é lindo
E admirar um mar de serras
Que desaparece no horizonte
Beleza sem igual!
Essência de Deus na natureza...
***
Fátima Alves – Poetisa da Caatinga
Natal,05.11.2018
Foto de autoria de Emanoel Milhomens
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 05/11/2018