Aspectos Naturais do semiárido
Este bioma que predomina em todo o nordeste brasileiro e que também aparece no Estado de Minas Gerais, apresenta de forma geral, as caracteríticas que mostramos a seguir:
- Geologia:
Através da analise geológica das paisagens do semiárido, o solo dessas terras das caatingas, são considerados como solo litólicos. E apresentam grandes diferenças de um lugar para outro, mesmo sendo também caatinga. Há lugares altos e pelados sem cobertura vegetal, constituídos de colunas desnudas, apresentando as vezes fragmentos dispersos de quartzo e também a presença de uma rocha argilosa( felitos) que parece um chão de tijolo no verdadeiro solo.
No semiárido, também encontramos rochas que formam paisagens de escombros e cavernas. Há ainda paisagens formadas por rochas duras na imensidão das colinas. E também podemos encontrar quartezitos e massas homogênias de granitos, xelitas (RN) e outras. Há ainda morrotes, as vezes em agrupamentos, como no município de Quixadá, no Ceará. No geral, a Região do semiárido Brasileiro, encontra-se com cerca de 70% de sua superfície formada por um embasamento que na linguagem geológica, é chamado de escudo cristalino. Dessa forma nessa área tão extensa a rocha que dar origem aos solos está pouco abaixo da superfície, muitas vezes aflorando em vários pontos. Esse tipo de solo é raso, por isso em anos de abundância pluviométrica, provoca escoamentos superficiais intensos, causadores de enchentes pelo fato da água não poder ficar retida no solo.
- Geomorfologia:
É também denominada de aspectos de cobertura. No contexto da região semiárida este aspecto é configurado como regiões de especificidades climáticas que contribuíram e estarão sempre nesse processo de mudança para a modelagem de relevos peculiares. Sendo assim, a geomorfologia, são variações do relevo que foram se formando após mudanças climáticas radicais no fim da era terciária e início do período quartenário. Nossa geomorfologia, por ter grandes dimensões tropicais desde Roraima, e regiões fronteiriças, chegando até o sudeste do Brasil, e continua passando pelos morrotes dos sertões secos e os pontões rochosos da Serra Azul em Minas gerais.
-Hidrografia:
A hidrografia regional do nordeste seco é totalmente dependente de seu clima sazonal. Nas caatingas do semiárido, predominam rios periódicos( que correm por 03 a 05 meses, apenas no período chuvoso), dos quais suas águas são represadas e açudes e barragens para abastecer cidades e irrigar plantações. São poucos os rios perenes, e a principal bacia hidrográfica é a bacia do Rio São Francisco, que nasce no Estado de Minas Gerais e no seu percurso até o mar, atravessa os estados da Bahia,, Pernambuco, Lagos e Sergipe, nessa longa caminhada, vai recebendo os afluentes periódicos que nele encontram o lugar para despejarem suas águas. E no seu caminho de águas perenes cruza grande parte dos sertões das caatingas. Deixando fartura e vidas bem alimentadas.
-Clima:
Há variedades climáticas, embora haja predominância de climas muito quentes, e chuvas por curto período do ano, sendo as mesmas periódicas e irregulares. Em todas as regiões semiáridas do Brasil, os seus habitantes são adaptados para viver de acordo com suas irregularidades entre o seco e o verde, sendo que predomina o tempo das paisagens secas, devido a rápida evaporação das águas pelo calor do sol intenso, bem como o longo período com ausência de chuvas. Nos últimos anos os estudiosos da temática Caatingas, já percebeu que seus domínios, acontecem de acordo com sua localização, altitude, proximidades litorâneas, abrejados, cerrados, agreste etc. E cada uma delas apresenta irregularidades climáticas próprias. Com temperaturas que oscilam entre 25°c e 29°c em média anual, havendo temperaturas menos quente e amenas nas caatingas serranas.
-Cobertura Pedológicas ( solos):
As caatingas são geossistemas que apresentam terrenos cristalinos, as vezes praticamente impermeáveis(50%) e terrenos sedimentares ( 50%), com boa reserva de águas subterrâneas. Estes solos, apesar de algumas exceções são pouco desenvolvidos, mineralmente ricos, pedregosos, pouco espessos e com fraca capacidade de retenção das águas recebidas no período chuvoso.
-Vegetação:
A vegetação das caatingas apresentam formações xerófilas e cauducifólias. E são bastante diferentes por razões climáticas, edáficas, topográficas e antrópicas. As caatingas são ricas em biodiversidades vegetais. As mesmas compostas por grandes variedades árvores de pequeno e médio porte, com também, arbustos, árvores espinhentas, que crescem sobre solo raso e rochoso. Encontramos ainda, uma enorme riqueza em variedades de cactos, bromélias e árvores nobres como aroeira, cumaru, Ipê, Angico caroba( em processo de extinção), juazeiros, catingueira, jucá,macambira, pereiro, cacheiros mandacaru (árvore símbolo da Caatinga), xique-xique, palmatória e muitas outras.
-Conclusão:
O domínio das Caatingas Brasileiras, constitui um dos três espaços da América do Sul. Essa área semiárida brasileira corresponde a 70% da região nordeste e uma grande área do Estado de Minas Gerais. É aqui no Brasil que encontramos a grande região seca, como também, a mais populosa com relação aos aspectos fisiográficos, ecológico e social, constituída pelos Sertões do Nordeste Brasileiro. Quando analisamos o contexto da dimensão territorial do nosso país, percebemos um contraste expressivo, pois o território brasileiro, apresenta 92% do seu espaço total com predominância de climas úmidos e sub-úmidos, intertropicais e subtropicais, indo esta área da Amazônia ao Rio Grande do Sul.
As peculiaridades dos Sertões do Nordeste brasileiro, encontram-se num conjunto de atributos: climáticos, hidrológicos e ecológicos. Este espaço se apresenta numa área geográfica de 72 mil quilômetros quadrados. E justo neste espaço seco e quente, é que encontramos a área mais povoada do Brasil, onde vivem aproximadamente 23 milhões de brasileiros. Inclusive, ela é berço de três metrópoles ( Salvador, Recife e Fortaleza) . Nossas Caatingas são as mais povoadas do continente americano e do mundo.
- Referências Bibliográficas:
- AB.Saber, Aziz Nacib – Os domínios da Natureza no Brasil - Potencialidades Paisagisticas ( pg. 83 a 100) – Ateliê Editorial – São Paulo - 2003
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 18/04/2012
Alterado em 16/07/2013