Tenho recebido flores de tristeza...
Sufoco no peito...
Amargo na boca!
Um respirar agonizante
Me ataca e me consume
Suga minhas energias
E vai enterrando meus sonhos
Minhas flores logo murcham
A tristeza lhes consumem
como praga sem controle
A atacar meu jardim
Famintas igual gafanhotos
E agora, de ontem para hoje
Meu jardim só tem tristeza
Primavera me deixou...
Bem sozinha no deserto
Enquanto eu dormia e sonhava...
Quando acordei me assustei
Perdido meu Ser estar
E não encontra nenhum oásis
Para poder descansar...
Primavera me deixou...
Nem adeus ela me deu
E agora meu chorar...
Já não tem nenhuma lágrima
Todas elas congelaram
E grandes geleiras formaram
Lá dentro do meu coração
Primavera me deixou ...
Sem poder dizer adeus
E como dormindo eu estava
Não pude lhe acompanhar
Acordei num verão forte
Com um Sol abrasador
Que meu jardim devastou
E só flores tristes deixou
Que murcham enquanto morrem...
E eu as recebo pelo vento
Flores tristes em pensamentos.
***
Maria de Fátima Alves de Carvalho / Poetisa da Caatinga
Natal/08/03/2012
OBS: Este poema foi escrito hoje a noite, no ônibus, enquanto eu ia para meu trabalho. E o dedico a todas as mulheres que vivem sofrendo e nada pode falar ou fazer, porque são acorrentadas pelos grilhões da sociedade capitalista e machista, na qual, não se pode ser, a singularidade do que se é...
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 08/03/2012
Alterado em 16/08/2020