Meu jeito de escrever
Sou poetisa da vida
Não aprendi na escola
Nunca pensei seguir estilo
De qualquer que seja o poeta
Nem tão pouco escrever
Pensando em vender meus livros
Pois sei que passo invisível
Pelo povo de minha terra...
Mas isso não tira de mim
Jamais o meu dom Poético
E só escrevo o que a mente
Canta ou fala em mim
As vezes escrevo em métrica
Sem saber contar as sílabas
É o canto que canta em mim
Que me leva a escrever
As letras desse cantar
Que vivo a escutar
Por isso não posso parar
De escrever ou falar
A linguagem da minha alma
As vezes escrevo em rimas
Mas nunca fui atrás delas
É canto que canta em mim
sem parar um só instante
Que me leva a escrever
O silêncio que é cantado
E só eu posso escutar
Depois pro papel passar
Sonetos eu escrevia
Sem saber as suas regras
Pois em mim eles cantavam
E na de escrever
contava apenas os versos
Mas logo os deixei de lado
Num dia que fui estuda-los
E os vi com sílabas contadas
Deu um jeito todo amarrado
As trovas também eu fazia
Minha mente as cantava em canções
E eu simplesmente escrevia
Com as letras do meu coração
Mas um certo dia então
As trovas mostrei a alguém
E este logo me disse
Que elas não eram trovas
Me disse então que as trovas
Eram textos complicados
Mas se eu acaso quisesse
Ele então me ensinava
Resolve desde então
Esquecer qualquer estilo
E continuar escrevendo
Os cantos
Que cantam em mim...
O que vier eu escrevo
E não importa o que seja
Crônica, prosa ou poema
Vou vivendo e escrevendo
Sem me importar com ninguém
Sonetos e trovas pra mim
Hoje transformo em poemas
De um jeito que eu só meu
Pois nascem do meu viver
Versos livres eu escrevo
Como o ar que eu respiro
Eles, também vem cantando
Mas muitas vezes chorando...
E em outras chegam sorrindo!
As palavras moram em mim
E eu vivo nas palavras...
Em desejo ou de verdade
Não tenho dificuldades
De escrever o que sinto
Nos meus textos vivencio
Sentimentos bem diversos
Apenas transcrevo os cantos
Que só eu mesma escuto
No mundo não há escola
Que faça alguém ser poeta
Porque essa escola é a vida
Que cada um vai vivendo...
Me acho bem corajosa!
De expor o me u cantar
Não ligo métrica nem rima
De estilo eu não entendo
Escrevo por uma missão
E essa certeza eu tenho
Porque diz a minha alma
E assim vou rabiscando
Tudo, tudo! Do meu jeito
Seja em prosa ou em verso
Quem me manda é o coração...
Fátima Alves/ poetisa da Caatinga
Natal, 19.11.2011
Texto inspirado e escrito num ônibus Superlotado, quando eu ia trabalhar. E por acaso estava sentada... o mesmo foi publicado no meu 3º livro "Letras de Caatingueira".
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 19/11/2011
Alterado em 05/09/2020