Não tenho mais medo da Morte...
Viver é caminhar para um mundo desconhecido. E no final da trajetória, vem A Morte. O caminho por onde estou indo embora, é tão lindo, que penso estar dormindo. E queria poder caminhar dormindo, podendo ao mesmo tempo contemplar a beleza desta estrada que vai me levando sem parar para minha morada num lugar eterno. Meu caminho me faz ver as estações, mas eu vivo caminhando de cabeça baixa, sem querer nada mais ver, nem contemplar. Na verdade eu só quero dormir, mais ainda é cedo, pode ser que alguém venha e precise de mim. Por isso tenho que ir andando acordada, mesmo sem querer ligar para nada. Desse mundo estou decepcionada, e, é justamente dele que estou partindo, do mundo da hipocrisia humana. Não é do meu amado planeta que quero sair, é apenas da vida nele...
Atualmente, não tenho mais medo da morte! Para mim, caminhar na vida sem ter a plenitude da alegria,numa solidão cada vez mais só.... É melhor tentar mergulhar na compreensão dos mistérios da morte, e tentar encontrar uma razão, para se acreditar que noutro plano, a vida possa ser sem sofrimento, sem mágoa, sem tristeza. E principalmente, numa eterna plenitude de paz.. Sinceramente, nada sei sobre esse assunto. E dele, sempre me afastei. Mas agora, minhas reflexões estão se voltando para as coisas do espírito. E não paro de pensar nessa vida espiritual pós - morte...
Nesse momento, tenho mil curiosidades e interrogações sobre esse assunto. Sei que estou aqui de passagem, sem parada... e caminhando para esse novo mundo que todos nós obrigatoriamente, mesmo sem querer, caminha todo dia. Muito embora, nem sempre nos damos conta disso.
Mas, mesmo com esse pensar, sinto-me na vida ainda em missão. Também sinto que a mesma estar perto de terminar...
E quando for chegando no último pedaço do caminho, gostaria de poder parar um pouco, me sentar, e se meu final for no topo de uma montanha, vou querer olhar e contemplar toda a vida que vivi. E não importa o que eu tenha vivido, vou pedir ao vento que retorne em todo o meu percurso e perfume com as flores que nessa jornada sempre plantei... E também quero lhe pedir, que alegre a quem ele vier encontrar triste, com as flores brancas e perfumadas dos meus sorrisos mais felizes enquanto vivi neste planeta... Porque eu sei que pude ser feliz! Principalmente, pelo fato de ter conhecido também a infelicidade.
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Maria de Fátima Alves de Carvalho / Poetisa da Caatinga
Natal, 15.10.2011
Texto publicado no meu 5º livro "Palavras de Luz..."
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 17/10/2011
Alterado em 08/06/2020