Eu queria tanto ser uma flor
Eu queria tanto ser uma flor
Uma flor que só vive um dia
Ou apenas algumas horas
Houve épocas da minha vida
Que desejei muito ser um lago
Porque o lago abriga tantas vidas
E como ele eu queria ser
Um berçário à abrigar as vidas aquáticas
Mas o tempo passou
Ora lento, ora veloz
E assim tudo em mim mudou
E hoje, se eu tivesse poderes de magia
Numa flor me encantaria
E seria uma daquelas
Que nem chega a ver o por do sol
Porque já me bastaria vê-lo nascer
Sentir seu calor e toque
Ser beijada e visita pelo colibri
Pelo vento ser balançada
E ver a beleza do meu viver
No lugar que desabrochei
E antes do meu Sol se ir
Eu gostaria de ir primeiro
Porque eterna já teria sido...
***
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal, 06.12.2010
Foto de Emanoel Milhomens
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 05/12/2010
Alterado em 16/08/2020