Fátima Alves-Alma sensível e Poetisa da Caatinga

Poesias e prosas(sentimentos à flor da pele)

Textos


O efeito do AMOR no Ato de Educar"

Texto elaborado para o 3º Encontro da E. M. Nossa Srª da Apresentação( Por mim apresentado)
Data: 20/11/2010
                                “O efeito do AMOR no Ato de Educar”

Com palavras bordadas com fios diversos de amor, resumi um longo capítulo, de mais um tempo dado por Deus para Olza Aidê e Selma, enquanto membros líderes da Equipe Gestora de nossa Escola, saberem e sentirem, o quanto suas presenças foram importantes em nosso espaço e em nossas vidas. Falo em nome de toda a comunidade educativa, pensando estar transpondo através de minhas palavras, o que sente a maioria deste povo.

Um dia, onde há nossa escola, não havia crianças estudando, mas sim, um Shoping e nele também um supermercado. Porém, o Shoping, não deu certo, faliu, ficando apenas o supermercado e o restante das lojas fechadas, um desperdício de espaços, rodeados de muitas carências, principalmente, de caráter educativa.

Ali, bem próximo daquele espaço que ficara ocioso, trabalhava uma jovem senhora idealista, que na sua realidade enxergava claramente um grande número de alunos mal acomodados nas poucas escolas próximas. Eram alunos excedentes, principalmente da E. M. Dalva de Oliveira, só nesta eram aproximadamente 400 alunos.

Essa jovem idealista, era, Olza Aidê, que mediante a comprovação deste fato, se sentiu sensibilizada, pois a mesma sendo oriunda de família humilde, tanto ela como seus irmãos tiveram toda sua vida escolar na escola pública, até a universidade. Então este fato, a deixou inquieta e ela, resolveu buscar urgentemente, uma solução para aquela realidade dolorida.

Pensando positivo, a jovem mentalizou um projeto de criar uma escola para aquelas crianças... E quando sentiu que seu ideal já estava bem planejado, procurou seu irmão Dr. Antonio Jácome , na época Deputado Estadual, e lhe mostrou aquela realidade. Seu irmão resolveu apoiá-la, mas ainda faltava o prédio. Essa parte era a mais difícil. Porém, Deus estava na frente! E logo Olza e sua equipe, perceberam as salas ociosas do Shoping. E foi justo esse lugar sem cara de escola, que resolveram mostrar para a prefeitura , pois todo aquele espaço, poderia ser transformado num celeiro educativo, onde cravos, flores e rosas seriam educadas pela força e poder do amor... ali seriam preparados e cultivados canteiros para o florescer da infância.

O Deputado Dr Jacome, levou o caso às autoridades da época, que logo apoiaram o projeto e bem rápido, transformaram mesmo de forma precária (Pois não havia tempo) mas de certa forma, aconchegante, aquele espaço numa escola. E Finalmente, no dia 04/04/2002 foi publicado o Ato de Criação que tornou real e oficial o ideal de Olza e de todos que na época estavam com ela NAQUELA LUTA. Nessa data citada anteriormente, nascia a E. M. Nossa Senhora da Apresentação. E a professora Olza estava sendo designada para ser sua primeira Gestora.

Sabemos que não é fácil criar uma escola pública,e principalmente quando ela quer nascer de uma demanda popular... Essa tarefa é muito complexa, porém, com dinamismo, coragem, persistência e fé é possível. E vale salientar, que a escola, quando nasce nessa situação, ela nasce prematura, e por isso lhe falta um pouco em tudo... Ou Tudo mesmo! Aí, entra em ação a competência e a força da gestora e da sua equipe, se tiver, porque geralmente não tem. E é árdua a tarefa de gerir uma escola que acabou de nascer e ainda, não tem definida sua identidade cultural. Isso, em todos os aspectos, pois tudo vai sendo adaptado como se pode e aos poucos. E alguns de nós que ainda estamos aqui, acompanhamos tudo isso passo a passo... Encontramos muitas dificuldades, mas todas elas foram sendo superadas... E a escola começou a crescer, assim como cresce o Bebê que nasce prematuro...

E quero dizer, sem fingimento, que acho linda essa história, até porque, já participei de outras histórias semelhantes. Mas esta para mim é especial, e gostaria de contar tudo... mas muitas palavras que quero escrever, jogarei agora no vento para não me alongar tanto, pois no domínio do vento, nada se perde, porque, ele vive a circular por todo o planeta, e por isso, gosto de entregar a ele, muito do meu pensar... acreditando que Deus manda-o nos trazer de volta, e ainda, entregar nosso pensar, completamente renovado... Melhor que antes!

Estamos no ano de 2004, mês de junho, e nesse período chegaram naquela Escola,várias professoras, e eu fui uma delas, havíamos passado no último concurso público. E ressalto aqui, que ao chegar naquele lugar, tive certeza de ter vindo conduzida pelos desígnios de Deus para trabalhar com Olza (diretora) e Anailde (vice diretora), pois me apaixonei pelo lugar. E nessa época, a escola ainda estava se estruturando. O prédio era compartilhado com um supermercado, cheio de guloseimas e muitas coisas atrativas para o mundo imaginário dos alunos, principalmente todo tipo de comid (pães,frutas, queijos, doces etc). Quanto aos professores já existentes, quase todos eram temporários. Então, era a gente chegando e eles saindo....Uma tristeza para os alunos... E as professoras do concurso, que chegaram comigo para o turno vespertino, em maioria não pretendiam ficar ali... E isso foi acontecendo...sempre saiam e chegavam novos professores. Uma situação horrível para qualquer Gestor(a), pois dificulta a formação da identidade cultural da instituição, e causa sofrimento sob vários aspectos para os alunos.

Ao me apresentar à Gestora, não sei definir ao certo o que senti, a achei muito séria,( como se fosse poderosa, autoritária) Mas, eu já havia sentido a energia positiva do lugar e percebido que ter chegado ali era uma missão... Na mesma semana fui conversando com Olza e desfiz a minha impressão. Fiquei sabendo, que ela não tinha apoio pedagógico nos turnos matutino e vespertino, e só tinha um coordenador que revezava expediente. Achei um horror, mas fiquei calada. Ali eu não conhecia ninguém. Frente a essa necessidade, Olza falou com algumas autoridades da SME, e após o recesso junino, escolheu duas professoras para o apoio pedagógico e pra minha surpresa uma delas fui eu. E a outra foi Gladz. Desígnios de Deus, pois eu não conhecia a diretora, nem ela o meu trabalho, como também, não mostrei interesse e nem pedi essa função. E no entanto, ela me deu, e nela atuei com muito amor por mais de um ano.

Daqui pra frente fui conhecendo melhor a Gestora Olza, e feliz fiquei, ao saber que ela era amante das artes, pois a mesma é Arte-terapeuta, e mais ainda, percebi que seu trabalho educativo era completamente centrado na Pedagogia do amor, uma Pedagogia que só gera efeitos positivos... Essa é a Pedagogia de Jesus! E de muitos mestres que ao longo da história se eternizaram, pois nada que passe pelo polimento do amor se acaba, apenas é transformado... E portanto, me senti livre, seus ideais foram compatíveis com os meus, e enquanto artista que sou... minhas asas da imaginação se ficaram leves para voar e me levar à reinar junto com quem quisesse... em reinos de magia e fantasia... Porque penso e acredito, que é assim que precisa ser as escolas que trabalham com a infância e a adolescência.

        E nesse lugar, A Gestora Olza, idealizava construir uma pratica pedagógica bem semelhante a minha. E com ela firmei meu compromisso. Aos poucos encontrei algumas parceiras,como Vivian e Cláudia. E juntas fomos fadas, rainhas, princesas e bruxas nesses reinos que onde chegávamos construíamos. E tudo era muito bom...Tão bom! Que quando percebíamos, os clientes do supermercado estavam parados e extasiados assistindo a beleza das nossas apresentações no andar de cima. E isso nos deixava completamente felizes...

Desse nosso singelo cenário, um dia, saiu Anailde, nossa vice - diretora e foi eleita a Professora Selma para assumir essa função. De início, as vezes Selma me pareceu aborrecida, mas não era... com ela eu também me entendi, e mais ainda, ela também é Artista e passou a me ajudar em todas as atividades artísticas de minha sala de aula. E eram muitas... ela sempre tinha que fazer algo para mim, nem que fosse uma flor! Enquanto Olza, ao assistir se encantava com a beleza das crianças... E o nosso ego de artista, “Artista Professora”, ficava muito bem alimentado...

E para concluir, deixo de contar muito dessa história, senão falarei demais e cansarei o público. Agradeço a Deus por ter me permitido trabalhar nessa escola, especialmente com Olza, devido nossa afinidade artística e pedagógica, porque acredito que a ação educativa só terá efeito positivo se estiver pautada pelo coração do verdadeiro amor. E espero que essa nova Gestão possa dar continuidade a tudo que foi proveitoso e exitoso nos (8) oito anos de existência da Nossa Escola. Porque uma escola precisa estar firmada nos pilares sólidos do seu tempo passado,(aqueles que foram basilares) pois serão eles quem sustentarão o presente e pelas novas praticas projetarão a escola para o futuro...
***
Natal, 10.11.2010
Professora Maria de Fátima Alves de Carvalho
( Artista e Poetisa da Caatinga)
Foto de minha autoria




 
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 21/11/2010
Alterado em 16/08/2020
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