Ah! Se eu fosse um anjo verde...

Ah! Se eu fosse um anjo verde...
Esse que você pensou...
E comigo comparou
Foi honroso para mim
Retratada assim ser
Anjo verde eu não sou
Porém, muito eu queria
Pois se eu fosse esse anjo
A magia então teria!
E aos quatro cantos da terra
A levaria comigo
Pra proteger o planeta
Das mãos desse consumismo
E replantando eu vivia
Dia e noite! Noite e dia!
Todo o verde devastado
Com outros anjos da espécie
Numa missão tão sublime
Que jamais me cansaria...
Mas sou a espécie humana
Essa que tudo destrói
Egoísta e malvada
Que quer ser superior
Aos demais seres da terra
Mas não consegue enxergar
Que a vida neste mundo
E preciso preservar
Pra quem inda vai chegar
Eu consigo sentir na alma
Que isso é um fato real
Passando na camuflagem
o mal que ao mundo fazemos
Nosso viver mata as vidas
Em  busca dum tal bem estar
Que a ninguém já saciou
E não se pensa nas conseqüências
Do desnecessário consumismo
Na corrida que se segue
Logo! Logo!A  nossa terra!
Vai deixar de florescer...
Só por falta de amor
Dos que são “Superiores”
Mas não aprenderam amar...
Ah! Meu nobre amigo!
Como eu queria ser “o anjo verde”
A quem tu me comparastes...
***
Fátima Alves - Poetisa da Caatinga
Natal, 04.02.2010
Texto publicado no meu 4º livro "Letras de Caatingueira"