Num dia de chuva... Saudades me visitam...
Neste dia sonolento de chuva e frio
Onde nem as flores querem desabrochar
Só quero dormir... E se me acordo...
Sinto saudades...
Muitas saudades...
De tantas coisas e momentos
Que chego a me perder
Num mar de lembranças ternas
Esse isolamento dentro de casa
Me deixa sensível a tudo que vivi
E remexo meu arquivo de memória
Onde vejo cada saudade...
E lá vem aquela estrela cadente
Das noites de minha infância
Que sempre atendeu os meus pedidos
Junto a ela vem também milhões de estrelas
E a linda lua a mostrar seus encantos
Mas não demora! Lá vem o orgulhoso Sol!
Banhando as manhãs de tantos sonhos
Enquanto em silencio caminho para o rio
E encontro minha flor azul
Aquela que nunca mais a encontrei
Tão singela e frágil
Se balançando e sorrindo na ramagem
Da sua roseira estendida na velha cerca
Toda cheia de gotas do orvalho matinal
Que fazem dela carrossel
Reluzindo o brilho alegre daquele sol
Sinto minha alma voltar ao passado
Saudades adormecidas despertam
E pulam do meu arquivo à me abraçarem
Me deixando num extase de magia
Sem saber de fato como fazer
Com cada sentimento que vem me tocar
Então, os admiro...
Os coloco de volta no arquivo
Fecho o baú... mas não o tranco
Saudades ficam livres!
Pra povoarem meu pensamento
Cada vez que no meu viver
Sentir vontade de reviver
As lembranças ali guardadas
E nesses momentos...
Me entrego nos braços do vento
Para plainar num voo de sentimentos...
***
Maria de Fátima Alves de Carvalho / Poetisa da Caatinga
Natal, 06.07.09
Texto publicado no meu 5º livro "Palavras de Luz..."
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 06/07/2009
Alterado em 07/06/2020