Se eu pudesse virar uma estrela!
Hoje me sinto em profunda solidão, mas não é a solidão poética que costumo vivenciar. É uma coisa ruim que me faz doer o peito e querer chorar... chorar muito, até que as minhas lágrimas me consumam, assim como o fogo derrete a vela.
Pois sinto-me triste, cansada, incompreendida e extremamente explorada e judiada. Quando assim estou, não costumo escrever sobre esses sentimentos, porque acho que nós humanos, nunca entendemos de fato a dor do outro, sem deixar de colocar nela o sentimento de pena. E esse olhar e sentir, mesmo sem nenhuma intenção, nos deixa em posição subordinada e indefesa, por esse motivo, eu não quero que ninguém olhe ou pense em mim dessa forma quando assim estou, porque dentro de mim habita uma alma que é feliz, contemplativa, alegre e agraciada pelo poder de Deus. Mas tendo ciência dessa proteção de Deus para comigo, porém, em nenhum momento, chego a pensar que estou ou ficarei isenta de qualquer problema humano. E por ser suscetível a todas as intempéries da convivência familiar, hoje o meu coração está muito magoado e triste demais, principalmente porque não dou motivos pra ser tão incompreendida pelas pessoas com quem convivo, principalmente os filhos. E justamente por isso, a alma do meu coração chora, porque já entendeu demais, suportou demais, protegeu demais, cuidou demais, mas tudo como conseqüência da essência do amor que o nosso Deus fez brotar como um oásis no meu coração e por isso, penso e creio que todo amor só é dado na medida certa, de forma que ninguém ama demais... Todo amor é puro e eterno, logo o amor jamais prejudicará alguém, porque a sua essência é divina e portanto única, apenas manifestado de maneiras diferentes.
Mediante a reflexão que estou a fazer, vejo que essa tristeza a qual estou a digeri, é destruidora, e não me acrescenta nada, pelo contrário, retira de mim o desejo de viver, apaga meu brilho e faz murchar as flores que cultivo no jardim do meu coração. E me sentindo assim, meu mundo fica preto e branco, a minha alegria vai embora e fico sem sonhos. Aí então, faço uma retrospectiva da minha existência e olho sentindo cada período vivido. E como Deus já me deu tudo que necessitei pra ser feliz, penso que meu papel aqui na terra já foi cumprido e nesses momentos desejo muito me transformar numa estrela, estrela pra Deus colocar onde ele quiser neste vasto universo. Sei que tudo isso é desgosto temporário, mas se enquanto adolescente, toda vez que eu ficava triste, desejava ser transformada num lago sereno, hoje em minhas crises existências queria muito sair desse plano terreno e virar uma estrela pra viver em outra galáxia e esquecer qualquer mágoa adquirida no meu amado planeta terra. Mas Deus é quem dirige o meu destino... disso eu tenho plena convicção, portanto, peço a compreensão e o perdão deste magnífico e supremo Pai e a ele entrego em suas mãos meu coração.
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Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal,11.02.09
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 11/02/2009
Alterado em 17/08/2020