Fátima Alves-Alma sensível e Poetisa da Caatinga

Poesias e prosas(sentimentos à flor da pele)

Textos


Sonhos repetidos - Sonhando com águas

Em sonho, estou no meu interior, mas aquele mundo sofrido e seco, não existe mais. Por onde ando, encontro água, muita água...águas cristalinas formando cenários alegres e cheios de vida. Nestes momentos, sinto uma profunda alegria e tenho o desejo de por lá ficar e viver, o que nunca pude desfrutar, enquanto estava ali.
Essa paisagem com a água, não me aparece no mesmo lugar, eu a encontro por onde vou, no sitio dos meus tios e de colegas, nos caminhos da escola e também em um recanto inóspito, onde morava minha irmã Maria, a mais velha, que faleceu de parto, aos 28 anos de idade. Perto da casa dela, é onde encontro as águas mais cristalinas e rasas. Aí, pela transparência dessas águas, vejo a areia, as pedras, enfim, todo o chão do lago. Há também, muitas árvores pequenas, ainda em fase de crescimento e estão sobre pequenas porções de terras descoberta, quase que dentro da água, mas algumas estão dentro dessa água. Ando neste lago raso, que parece-me ser alimentado pelo rio, pois vejo, as suas águas em movimentos leves, como se fossem passando... Tudo é lindo! E estou feliz com minha família. Sinto profundamente no ar, o frescor daquele lugar e me delicio me molhando naquelas águas,como se estivesse em tempos de inverno, pois o inverno de lá, nos traz o verde, as águas, os peixes, os pássaros, a fartura,ameniza o calor e o sol continua imponente a brilhar. É um breve tempo de felicidade pra todos os habitantes da região, ainda que, vivenciando outras dificuldades.
Em outros momentos, sonho com essa água, mas de uma forma extremamente desagradável, ela me assusta, pois aparece como impecilho em meu caminho, são águas bem limpas, mas muito fundas, as quais, estão de um lado e do outro da estrada, e tenho medo, porque além de não ver o fundo do lago, também não vejo o seu final e preciso caminhar numa estrada estreita, parecendo que vai desabar ou ficar submersa. Sinto-me angustiada, nessa paisagem, que apesar da água, nada tem a ver com o dinamismo das águas que a gente desejava. Essas são águas que dificultam, que separam e que afogam. Assim, me sentido insegura e com muito medo, em meio a minha angústia, peço a Deus para me ajudar, aí fecho os olhos e me sinto andando leve por cima dessas águas. E nesse momento, graças a Deus acordo.
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Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal,13.12.08
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 13/12/2008
Alterado em 07/11/2020
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