Fátima Alves-Alma sensível e Poetisa da Caatinga

Poesias e prosas(sentimentos à flor da pele)

Textos

A semente que não queria nascer...

Era uma vez, uma pequena semente,que acabara de sair do seu fruto e orgulhosa, se preparava para nascer e transformar-se em uma linda árvore. A semente, tão feliz estava, que não deixava de pensar nesse momento mágico, por nenhum instante. Mas o que ela jamais esperava aconteceu! Chegaram no lugar, muitos pássaros migratórios e aí, um deles, se alimentou da pequena semente e a levou consigo pra um lugar muito longe... depois de alguns dias, o pássaro a expeliu em uma terra desconhecida e bem distante de sua mãe e suas irmãs. Ao se ver longe de suas raízes, a semente ficou apavorada e não desejava mais nascer. Queria ficar para sempre protegida dentro do seu invólucro.
O tempo passava... e a sementinha vivia muito triste, já não sonhava mais em ser um dia, aquela frondosa árvore, cheia de flores, frutos e viver povoada por pássaros, abelhas, formigas e outros animais silvestres. Tudo que ela queria, era dormir para sempre, porque não aceitava a idéia de viver sozinha naquele mundo desconhecido. E mesmo assim, enquanto dormia, pedia a Deus pra ficar sonhando que vivia lá, bem perto da sua família. E em sonho Deus lhe atendia. A semente nunca esteve sozinha... Deus estava com ela e a preparava para o seu nascimento. Em seus sonhos, Deus lhe mostrava uma terra deserta e dizia a mesma, que era lá onde ela precisava nascer. A semente não aceitava, mas Deus, insistia em lhe preparar. E um dia, ele resolve lhe dizer, que ela já estar pronta e tem que acordar pra enfrentar as dores do seu nascimento.
A semente continuava a dormir... mas Deus pediu a um pequeno roedor, que levasse a semente e a enterrasse perto do oásis do deserto, lugar onde ela se encontrava, mas não sabia. O animal obedeceu as ordens de Deus. Pegou a semente com muito amor, a levou e plantou-a junto as árvores do oásis. Em poucos dias a semente nasceu. No princípio, ela se sentiu infeliz e muito só. Mas isso durou pouquíssimo tempo, pois a mesma era tão visitada pelos habitantes do deserto, que nem percebia o tempo passar. E logo se tornou um aconchegante berço para várias espécies de animais do lugar. E a linda árvore se sentia tão útil, que já não desejava mais estar lá na sua terra de origem. Ela ainda não sabia, mas já era feliz.
Passado algum tempo, a árvore percebe que vai florescer. E somente com essa descoberta, e que descobre, o quanto estar feliz. Em poucos dias, desabrocharam nela milhões de flores. E pelo seu perfume e beleza, o deserto inteiro a contemplou e os animais lhe fizeram uma singela festa.
Após a beleza e encanto da florada, a árvore encheu-se de frutos e mais uma vez, houve alegria e festa no deserto. Após os seus frutos amadurecerem e terem alimentado toda a fauna dali, veio o vento do deserto, pegou as sementes e as espalhou em todos os pequenos pontos de água ali existentes, fazendo-as, nascerem florescerem e frutificarem. Agora a árvore, além de estar feliz, não vive mais distante de sua família, pois já tem uma numerosa descendência no lugar onde vive. E se sentindo muito feliz, vive contando a sua história
para as sementes dos seus frutos...
***
Maria de Fátma Alves de Carvalho / Poetisa da Caatinga
Natal, 08.08.2008
Texto publicado no meu 5º livro "Palavras de Luz..."
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 08/08/2008
Alterado em 08/06/2020
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