Fátima Alves-Alma sensível e Poetisa da Caatinga

Poesias e prosas(sentimentos à flor da pele)

Textos


A ÉTICA DE GAIA

           Na mitologia grega, “GAIA” era uma deusa, “A Deusa da vida” e simbolizava a TERRA. Atualmente no mundo em que vivemos, o qual chamamos de planeta Terra, não se vê mais a terra como uma deusa, não escutamos a voz do seu silêncio, não sentimos as suas dores, nem tão pouco a reverenciamos, enquanto criadora e mantenedora das vidas e de tudo que nela há. Os gregos tinham na mitologia, o poder de ver e sentir a verdadeira essência de Gaia. O que hoje nós humanos, apesar de tantos avanços tecnológicos, tivemos retrocessos, no tocante a singularidade do PLANETA E DE SUAS VIDAS,.E o mais grave ainda, é,  não conseguirmos ter compreendido que a terra e viva, e por isso é a mãe da vida.
 
           E nessa visão, de que A TERRA (GAIA) é a Mãe da vida, logo, se destruirmos qualquer ECOSISTEMA, estamos agredindo toda a Terra, porque tudo que nela há, funciona de forma conectada, em redes, das quais somos apenas um fio, portanto, qualquer a extinção de vidas, de fontes, rios e outros elementos naturais, constituirá a construção das ameaças de extinção da nossa própria espécie, que estar interligada a todos os ecossistemas existentes em GAIA. Ao compreender que a Terra era uma entidade viva, esse povo a reverenciava como sendo uma Deusa. Pensando assim, o poeta grego Hesíodo diz ao falar de Gaia: “divindade de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre, dos imortais que tem a cabeça no Olimpo nevado”.
 
            Mediante essa concepção dos antigos, tão bela, tão real e ainda totalmente atual para nosso tempo, voltamos a repensar o zelo, o amor e a reverência que os nossos ancestrais tinham para com a natureza, em todos os seus aspectos, a compreendendo dentro do conceito de biosfera, que a envolve enquanto nossa morada cósmica nos faz entender que a mesma é nossa Terra Pátria. Porque os avanços industriais e tecnológicos evoluíram-se rumo a uma demanda consumista capitalista, tão desenfreada, que a terra não vai mais aguentar essa forma de ser tratada como uma fonte de mera exploração para o bem estar dos seres humanos, sendo eles apenas um fio da rede em que Gaia Tece a Vida.
 
           Nesse estágio veloz de exploração consumista e competitiva em que avança a humanidade, Gaia (deusa da vida), não suporta mais, chegou a um ponto em que toda a vida na terra corre risco de extinção. E nós estamos nessa lista que foi escrita pela nossa falta de amor para com a natureza e principalmente pelos nossos pensamentos construídos e colocados em prática, de forma puramente individualista e egoísta. OLIVEIRA § BORGES (2008. P.18) Alertam a humanidade:
“Não nos serve mais uma ética antropocêntrica. A Ética de Gaia não está só no ser humano, que tem se mostrado incapaz de cuidar sozinho da vida. A Ética de Gaia passa, sobretudo, pela reverência a todas as formas de vida e pela compreensão do ser humano como partícipe dessa aventura, a qual, por sua vez não pode ser pensada sem o ser humano, como o agente da conjugação da vida”.
           Para nosso planeta (Gaia) se recompor, da destruição que fizemos em menos de meio século, levará milhões de anos. E isso nos leva a pensar nos valores e princípios éticos que aprendemos e ainda podemos está ensinando as nossas crianças, seja na família ou na escola. Temos que pensar bem nas formas de mostrar as crianças como acontece a cadeia das vidas na Terra, “Nossa Única Casa Planetária”. Nosso auto grau de desenvolvimento, voltados para exploração inconsequente da natureza, buscando apenas o nosso bem estar, onde nossos princípios e valores não enxergam e nem abarcam a grandeza da diversidade que envolve as conexões de todos os ecossistemas, onde as vidas se desenvolvem. E elas se desenvolvem sempre de forma cíclicas.
 
          Precisamos aprender a viver uma nova ética, e agora mais do que nunca, essa ética mesmo frente as diversidades culturais existentes no planeta, tem que ser pensada e construída com ações planetárias. Porque Gaia é Viva por dentro e por fora, em qualquer parte do planeta. E além de viva, ela vive em constante mutação natural, onde ela mesma tem o poder de se auto equilibrar, para cada ciclo que vai chegando.
         E assim, sendo, viva e dinâmica, ela mesma equilibra o bem estar de tudo que no seu ventre é gerado. E uma vez, que nós venhamos a compreender esse processo, é com ela que nós humanos “SERES SUPERIORES” devemos aprender. Porque em “Gaia” Nossa Mãe TERRA, tudo acontece no ritmo natural e harmônico de sua orquestra silenciosa, para quem ainda não aprendeu a lhe amar. Porque quem sabe Amar a natureza escuta e conhece os sons ou os gritos do lugar onde se vive. OLIVEIRA § BORGES(2008. P.18) falam: “ Como diz na Carta da TERRA, aprovada pela Unesco em 2000-, devemos repensar a Terra como o nosso lar e deixar-nos envolver por suas dores e sua vida, ouvir a voz da “Casa-maior-comum”.
 
          Frente a essa questão, nós educadores podemos e temos obrigação de sermos agentes multiplicadores desse novo ideal de olhar e viver no aconchego de Gaia, Deusa da vida para os gregos e para nós eu entendo que ela seja nossa primeira e última mãe, e falo em relação a maternidade dela para com todos os seres vivos. E nesse sentido, FRITJOF § CAPRA (1999) Ressaltam: “Compreender a vida em termos de rede, fluxo e ciclos e relativamente novo na Ciência, mas isto é parte para a sabedoria de tradições espirituais como por exemplo, a tradição Nativa Americana, A tradição Cristã ou a tradição Budista.”
           Esses autores, Tratam a questão da necessidade, de buscarmos compreender a sabedoria dos nossos ancestrais, principalmente, os ensinamentos sagrados, que a ciência, no século passado quase que despiu por completo, os seres humanos desses saberes, porque eles viviam de acordo com as leis dos seus livros sagrados e em todos eles, Deus mostra a grandeza da natureza, obra que ele nos Deus de presente para cuidarmos e com ela nos mantermos. Nenhum ensinamento espiritual estimula a exploração inconsequente da vida, mas nos faz desenvolver um auto potencial de cuidados sobre a terra para que a vida transcorra de forma harmônica.
 
 Termino  essa pesquisa, com um texto meu, intitulado “Minha Mãe Terra”, é uma prosa poética.

                                       
                                       "Minha mãe Terra"
Querida mãe Terra!
Desde a mais tenra idade, aprendi a te amar. E vou te amar para sempre... Não importa o tempo, nem o lugar... Eu ei de eternamente te amar. O meu amor por você, me faz amar tudo que Deus em ti criou. E esse amor, me dar forças e coragem de lutar em sua defesa, enquanto eu ainda estiver habitando este corpo.
Olha, mãe terra! Eu sinto muito, muito, pelos meus irmãos e irmãs que não te reconhecem com mãe e ainda não descobriram que nasceram do teu ventre. Um dia, O meu Deus, também seu, me mostrou que tudo o que havia em meu corpo, estar composto em você... Aí ,eu que já te amava, percebi, que nasci dos mistérios que há em ti... Então, a partir daí, me senti tua filha. Nunca nenhum ser terreno me disse que somos teus filhos e tuas filhas, mas Deus, por algum propósito me fez perceber essa grandeza. És mãe! A mãe escolhida para gerar e criar todos os seres vivos. Uma mãe que abriga em seu corpo, os elementos indispensáveis para a manutenção da vida em toda a sua diversidade. Uma supermãe! Mãe das mães de todas as vidas. Uma mãe que não pode morrer, porque se morrer, não haverá mais a concepção de nenhum tipo de vida, porque o ventre principal terá sido dilacerado.
Te amo Mãe Terra! E enquanto eu viver, ei de declarar esse amor para o mundo. Sabe por quê? Porque simplesmente te amo...

Autora: Fátima Alves / Poetisa da Caatinga
Natal / 17.09.2008

Texto publicado no meu site
www.fatimaalves.prosaeverso.net

Referencias Bibliográficas da Pesquisa

- FRITJOF, Capra- Ciclos, Ciclos, Ciclos - 1999 - ed
         Entendendo os Ciclos Naturais
- MORIN, Edgar- Ética- O Método 6- Ano:2007- Ed. Sulina – Porto Alegre – R/S

-OLIVEIRA e BORGES – Ética de Gaia: Ensaios de Ética Sócio ambiental-
        São Paulo/ SP - ano 2008- Coleção Ethos
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 27/11/2011
Alterado em 12/12/2011
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